domingo, 29 de março de 2009

AINDA BEM QUE FOI AGORA


Eu já tinha recomendado essa peça, mas não escrevi muito sobre ela.

É fato que não sou um frequentador assíduo de Teatro, isso todos sabem, mas justifico. Se vou ser enganado, viajar junto com o texto e com as interpretações dos atores, tenho que ser convencido disso. Tenho que entrar na história. Por isso, gosto mais de Cinema, tudo ali me proporciona e facilita a isso. Sou diretamente jogado na tela, pelo som e imagem do filme.

Mas, voltemos ao texto. Não vou escrever e fazer uma crítica da peça. Não tenho essa capacidade (ainda) e não é essa a proposta, afinal, quando se sugere uma programação, não há necessidade de nos ater a tantos detalhes. Basta dizer que é boa e que nos proporciona divertimento.

Como já tinha mencionado, a peça trata do relacionamento de um casal jovem, mas não é apenas isso. Afinal, quantas peças já foram montadas com esse assunto? Algumas dezenas, que eu tenha visto, e centenas que já passaram pelos teatros. Trata-se de um fato, o momento do encontro dos dois e as peripécias da união, ou não, matrimonial.

Por meio de flash backs - mostrando a trajetória do casal - os questionamentos sobre a relação vão sendo apresentados de forma bem humorada e intimista, proporcionando uma cumplicidade entre protagonistas e público. Anita (Andréa Mattar) e Olavo (Carlos Vieira), com muita naturalidade, nos permitem essa aproximação.

Eles estão em completa sinergia, cumplicidade e envolvimento. Acreditei, em alguns momentos, na veracidade dos fatos contados pela Anita, e compartilhei das angustias em conquistar Anita por Olavo.

Destaco dois momentos muito divertidos, protagonizados por cada um. No primeiro, Olavo narrando o episódio do jantar e primeiro encontro do casal. Carlos Vieira administra o tempo (time) com muita perfeição, congelando a imagem e incluindo comentários. No segundo, uma cena hilária, em que Andréa interpreta uma outra personagem. Com uma peruca loira e ajustando a cabeça de forma a incorporar a mulher de seios fartos e biquíni estampada numa toalha de praia, ela consegue tirar boas risadas do público.

O texto de Julia Spadaccini e Rodrigo Nogueira é muito bem traçado. Gostei da direção de movimento de Pedro Pires, que utiliza de forma lúdica o passado recente e momentâneo, e os recursos cenográficos são bem aproveitados.

Portanto, uma boa programação para as terças ou quartas sem muito o que fazer.

Teatro Cândido Mendes
Rua Joana Angélica, 63 - Ipanema
Terça e Quarta-feira
21h