domingo, 23 de agosto de 2009

MENTIRAS


(19/08/09)
Quem nunca mentiu, ou quem nunca sofreu conseqüências de uma mentira, que diga a verdade, pela última vez. Semana passada, mais uma vez, o seriado “Brothers & Sisters” deu-me a oportunidade de riscar o fósforo e lançar a faísca.

Nora, a matriarca enganada, se sentia responsável pelas consequências geradas pelos relacionamentos extraconjugais do marido, e por isso tentava aproximar os filhos bastardos de sua família, recentemente descobertos. Ela confessou que não queria abrir os olhos para a suspeita, preferindo se sentir feliz, mas enganada. É aquela história: o teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer.

As mentiras nos assolam. Vivemos sendo enganados. E nos custa muito resgatar a verdade. Acabamos acreditando na própria mentira. Somos enganados em casa, no trabalho, na rua, no mercado, nos nossos relacionamentos com amigos, com não amigos – aí já não é novidade –, no congresso... no senado. Conta outra?

Até quando continuaremos sendo Nora e fingirmos viver numa realidade cheia de enganações e mentiras?



CATARSE
Mas tem uma coisa que a mentira não supera, é a própria verdade. Ela é a nossa redenção. É o sentimento de justiça cumprido. E quando a verdade vem acompanhada de uma boa reação... é a catarse total.

Percebemos isso no aumento da audiência das cenas de novelas quando a vilã, ou vilão, é desmascarada e desvendadas as suas mentiras.

Hoje, as personagens femininas são as mais cotadas para as maldades e mentiras, vocês já perceberam?



DITAS
“As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras”
(
Friedrich Nietzsche)



GUITA
Lembrei de uma música do Raul Seixas que dizia “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.

Por trapaças da minha mente, por enganações de meus sentidos, fui procurar Gita e digitei Ghita. E não era nem uma e muito menos a outra, era “Metamorfose ambulante”. Claro!

Mas encontrei Ghita... não entendi nada, mas achei uma graça.
http://www.youtube.com/watch?v=6dRyM9cNgzg



MOLDOVA
Procurando entender para onde estava sendo levado, fui vasculhar na página de Ghita alguma pista de quem, ou de onde, era. Descobri que a menina é do leste europeu, de Moldova que fica entre a Ucrânia e Romênia.

Os Moldovianos – assim como a maioria da população do leste europeu que depois do desmantelamento dos países comunistas abriram as suas fronteiras fechadas por muitos anos – passaram a imigrar para os outros países europeus.
Descobri que, hoje, em Portugal é crescente o aumento de imigrantes desses países. Ucranianos são 50.499 imigrantes, seguido dos Moldovianos com 10.221 (dados de 2002). Calcula-se que o número de imigrantes do leste legais e em situação ilegal seja atualmente superior a 200 mil.
O mais curioso é que, até um minuto atrás, esse país era totalmente desconhecido para mim. Mas lá a coisa parece barra pesada. Tanto é que existe um Portal das Comunidades Portuguesas com informações sobre o país e dando conselhos de segurança aos vistitantes.
Um deles é para tomar cuidado com os ataques de cães vadios com comportamento extremamente agressivo, principalmente nos parques onde atuam em matilha. Caso o visitante seja atacado e desse ataque ocorra ferimento, o cidadão deverá se encaminhar ao hospital. Ora pois!
http://www.secomunidades.pt/web/guest/listapaises/MD



MOLVÂNIA
Aí, lembrei-me de outra coisa. Uma vez comprei a revista Piauí e veio um encarte junto, uma pequena publicação. Era um guia sobre um lugar chamado Molvânia. Era uma peça publicitária sobre o livro do homônimo.

“Molvânia é o maior produtor de beterrabas do mundo. Uma nação onde a bebida local - um brandy de alho curtido - deve ser evitada a todo custo e em que cada esquina promete uma surpresa, não necessariamente agradável. Esse país do Leste Europeu (ao norte da Bulgária e próximo a Chernobyl, no sentido do vento) tem atraído milhares de visitantes, na tentativa de consolidar uma tradição turística à altura de seus imponentes charcos, fábricas de cimento e áreas radioativas dominadas por bandidos. Para se aventurar por esse terreno literalmente pantanoso, torna-se necessário o uso do guia 'Molvânia - um país intocado pela odontologia moderna' “

Não é preciso falar muito a respeito deste livro. Pegue e folheie. As belezas naturais e artificiais desta surpreendente república do leste europeu vão te cativar.



DITAS 2
"A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer"
(Mário Quintana)



MALUCO BELEZA HÁ 20 ANOS
Mas como estava escrevendo, fui procurar uma música do Raul Seixas que no dia 21 de agosto completa 20 anos de falecido. E para lembrar a data e saudar o velho “maluco beleza”, São Paulo irá fazer um show na sexta, dia 21. Dia em que meu irmão completará 41 aninhos.

Entre os artistas, tem uma portuguesa, Carina Freitas, que aproveitará a data para lançar o seu mais novo trabalho, “Alquimia”. Fã de Raul, a cantora e médica portuguesa, participará na tradicional passeata que vai do Teatro Municipal à Praça da Sé, em São Paulo. Ali será montado um palco, onde interpretará um tango Canto para a minha morte (da autoria de Raul Seixas e Paulo Coelho).
Maluco beleza
http://www.youtube.com/watch?v=Rxo9o-Twz3I



WOODSTOCK 40 ANOS
E, há 40 anos, o principal festival da história da música pop, que reuniu nomes como Jimi Hendrix e Janis Joplin, acontecia num final de semana de agosto. Entre os dias 15 e 17, no estado de Nova York, cerca de 400 mil pessoas se reuniam para cantar e brindar a paz de graça.

Hippies, artistas, trabalhadores e políticos se reuniram para dar início e fim a uma era. O sentimento de muitos que participaram do evento é que minutos após do último show, Woodstock já era uma lenda.



UNITED BREAKS GUITAR
Um grupo de cantores e músicos conseguiu reunir cerca de 400 mil pessoas em 3 dias no estado de Nova York, apenas um músico com uma guitarra quebrada, reuniu 5 milhões pelo mundo. É o sinal dos tempos ultramodernos?

David Carroll saiu de Nebrasca para Halifax, no Canadá, com escala em Chicago, mas no final do seu destino, percebeu que o seu instrumento de trabalho estava quebrado, que resultou em um prejuízo de 3.500 dólares. Depois de muitas tentativas com a Cia Aérea Unitede Air Lines de ser ressarcido pelo prejuízo resolveu usar as suas armas. E o feitiço virou contra o feiticeiro.

Compôs uma música em que conta a saga, e criou um clip. Com o título “United quebra violões”, o seu clip no YouTube já foi assistido por cinco milhões de pessoas. E o pior é que é apenas o primeiro de uma trilogia, conforme promete Carrol.

Ironicamente, a United acabou patrocinando o sucesso de David Carrol, agora içado à fama instantânea. Convidado para entrevistas em todo o mundo, incluindo o programa de Oprah Winfrey, a música já é 20ª mais vendida do ITunes no Canadá, e o cantor até ganhou de presente um violão dos fabricantes. Agora a United quer pagar a conta.

http://www.youtube.com/watch?v=5YGc4zOqozo
http://www.youtube.com/watch?v=T_X-Qoh__mw
http://www.youtube.com/watch?v=F_lHLFSLfbI



TROMBADINHAS DO PODER OU NO PODER?
O que é mais verdadeiro?

Na audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), dessa semana, a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira – ao explicar suas declarações à imprensa de que, em dezembro de 2008, em encontro com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, teria recebido desta o pedido para agilizar os processos tributários que envolvessem o nome da família Sarney –, sofreu todo o tipo de pressão, sendo acusada de prevaricação e estar faltando com a verdade. Mais de um, dos nobres deputados, a chamou de mentirosa. Lá pelas tantas, um dos nobres deputados da oposição, disse que havia (as) FARD (Forças Armadas Revolucionárias da Dilma) – fazendo uma alusão a as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ) – em resposta, recebeu de um dos nobres deputados da bancada governista que se sentia agredido pela denominação do adversário, a afirmativa que era sim da Tropa Revolucionária contra os Trombadinhas do Poder.


TELECATCH
Dos palanques do planalto, me veio outra lembrança, o “Telecatch” com Ted Boy Marino. Esses bate-bocas entre deputados, com suas vozes impostadas, que se sentem insultados quando lhes dirigem por “você” e não “V.Exa”, que exigem ordem ... é tão teatral e falso, como os “Telecatch” que assistia na TV.

O “Telecatch” foi um programa de televisão que nasceu na extinta TV Excelsior, dedicado à exibição de combates cômicos de luta livre, que combinam encenação teatral, combate e circo. Durante a década de 60 alcançou o auge do sucesso, com a presença do herói Ted Boy Marino.
ted boy marino
http://www.youtube.com/watch?v=mSk1wkx9PgM
http://www.youtube.com/watch?v=SSBizDBoCnE



VERDADE COM HORA MARCADA
Uma das boas frases da ex-secretária foi: “Não preciso de agenda para falar a verdade.” Hoje a verdade é tão difícil de ser encontrada, que tem gente que precisa agendar uma hora para um encontrá-la.



BASEADO EM FATOS REAIS
"Eu Te Amo, Philip Morris" é o título do filme que conta a história de um ex-policial, pai de família, que se tornou um famoso fugitivo, após ter fugido 4 vezes da prisão no Texas.

Rodrigo Santoro faz uma participação, terá um affair com o protagonista do filme Jim Carey no papel de Steven Russel. Mas a grande paixão de Steven será Philip Morris, vivido por Ewan McGregor, que fez de tudo para estar junto dele, inclusive forjando sua própria morte para fugir da cadeia.
http://migre.me/3SxR



DITAS 3
"Se meus inimigos pararem de dizer mentiras a meu respeito, eu paro de dizer verdades a respeito deles."
(Adlai Stevenson)



KIKI VASSOURADA
Mas voltando aos hippies. Uma das personagens hippies de maior sucesso nas Telenovelas brasileiras foi Kiki Vassourada da novela “Corrida do Ouro” (1974), interpretada pela nossa saudosa Dona Benta, Zilka Salaberry, do Sítio do Pica-pau Amarelo. Impressionante como essa atriz interpretou personagens tão diferentes um do outro ao longo da sua carreira, como Kiki Vassourada, Dona Benta e a “Mãe Coragem”, Sinhana Coragem, dos “Irmãos Coragem” (1970). A atriz estreou na TV Globo na novela, “A rainha Louca” (1967), como uma mendiga que vivia nos porões do Palácio.corrida do ouro
http://www.youtube.com/watch?v=dskcRRudMDY
http://www.youtube.com/watch?v=VJDVV6_iFS0



DITAS 4
“Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te.” (
Friedrich Nietzsche)


SÓ COM MUITA SAMAMBAIA MESMO PARA ESPANTAR AS MENTIRAS
http://www.youtube.com/watch?v=5RRtOcvelO8


DICAS
Vista do Pão de Açúcar
http://ayrton.com/360/fs/paoacucar1f.html

Roberto Carlos no helicóptero
http://www.patricksaviation.com/videos/Caribougnal/1694/

Brinquedos de papel
http://www.flying-pig.co.uk/
http://www.helpsaude.com/

50º aniversário
http://www.youtube.com/watch?v=m9Et7UQh1tg

Her morning
http://www.youtube.com/watch?v=2_HXUhShhmY&feature=fvw

Coisa simples
http://www.youtube.com/watch?v=zlfKdbWwruY
http://www.youtube.com/watch?v=ogcqFaNbah4

POR UMA LÁGRIMA

(03/08/09)
Por uma, por duas... por quantas forem necessárias.

Não me considero um grande patriota, mas não seguro as lágrimas quando escuto o hino nacional durante a cerimônia de entrega de medalha a um atleta brasileiro. Assim foi na entrega da medalha de ouro ao nadador César Cielo pelos 100 metros livres, na última quinta-feira, no Mundial de Natação, no Foro Itálico em Roma.

Cielo não só ganhou a prova, como bateu o recorde mundial com 46s91, prova em que não é o favorito.

No sábado, seria a vez de conquistar outra medalha de ouro e bater mais um novo recorde mundial na prova de 50 metros (20s94).

O país não conquistava uma medalha de ouro em mundiais de natação há 27 anos.



ANTES DE CIELO
Antes de Cielo conquistar a primeira medalha de ouro, dois outros atletas brasileiros conquistaram medalhas. Poliana Okimoto na maratona aquática de 5km conquistou a medalha de bronze, e Felipe França conquistou a medalha de prata na prova dos 50m peito.

O brasileiro Thiago Pereira terminou na quarta colocação na prova dos 200 metros medley.



BRASIL VALE OURO
Mas o que esses atletas têm em comum além do fato de terem subido ao podium e receberem medalhas? O choro.

Não estou certo se Poliana chorou no podium, mas os choros de Cielo e, principalmente, de Felipe França foram bem divulgados.

Felipe não só chorou, mas se ajoelhou ao receber a medalha de bronze, por exatamente 26 segundos. Emocionante. E isso não foi vergonha nenhuma, muito pelo contrário.

Parece que isso é recorrente. Não fosse isso a mineradora Vale não estaria utilizando a imagem de um atleta chorando. A empresa está lançando um programa para descobrir novos talentos olímpicos nas modalidades judô, natação e atletismo nas cidades onde a empresa atua. Para divulgar o apoio da empresa a educação, o esporte e a cidadania, a Agência África desenvolveu uma campanha com um filme de 30 segundos onde questiona “Por que todo atleta chora depois de vencer?”.

O filme explica: “Se você crescesse sem confiança e apoio e alguém mostrasse que o mundo é grande e as oportunidades maiores ainda, você também iria chorar”.


REPELINDO OS INTRUSOS
No dia 15 de agosto completará 100 anos da morte de Euclides da Cunha. Disposto a matar ou morrer, entrou na casa do amante de sua mulher, Dilermando de Assis, e acabou sendo assassinado.

Euclides se dizia “tímido”, pois nunca se desvencilhou da imagem que ele mesmo fazia de si, um menino da roça. Mas tornou-se um homem de Estado que não se dirigia ao povo. Crítico do poder vigente considerava o país “organicamente inviável” e que passava por uma “pasmaceira trágica”. Ao ser convidado para se candidatar a deputado federal, retrucou: “Ser deputado nessa terra é hoje uma profissão qualquer – para a qual decididamente não me preparei. Os homens repelem, com razão, os intrusos”. Política para ele era ocupação cômoda dos desocupados.

Como engenheiro, foi convidado para cuidar da construção de um presídio :”Calcula lá, se podes, o enorme prazer com que vou desempenha-la... e se pudesse escolher também os presidiários...”


CHORO DE POLÍTICO
Tenho uma vaga lembrança de ter visto o Lula chorar antes de se tornar presidente. Hoje, confesso, que não me lembro de vê-lo mais chorar.

Dei chance à preguiça, e não fui vasculhar nas minhas memórias alguma cena que tivesse presenciado, ou visto, de algum político chorando. Se choraram foi por que perderam as eleições e os rendimentos oriundos do novo cargo. Nunca vi um político chorando por uma vitória justa e merecedora, por uma causa que nos orgulhasse. Políticos não choram. Mas os homens... será que choram?

O Pastor
Ai que ninguém volta
ao que já deixou
ninguém larga a grande roda
ninguém sabe onde é que andou

Ai que ninguém lembra
nem o que sonhou
(e) aquele menino canta
a cantiga do pastor

Ao largo
ainda arde
a barca
da fantasia
e o meu sonho acaba tarde
deixa a alma de vigia
Ao largo
ainda arde
a barca
da fantasia
e o meu sonho acaba tarde
acordar é que eu não queria.
http://www.youtube.com/watch?v=mLIjV6VISJE



HOMEM NÃO CHORA
Acho que já foi o tempo em que o homem se envergonhava de chorar, de ser ou de ser tido como romântico. Como se isto fosse um atestado de doença ou de fraqueza. Aos homens só se podia dar a chance do choro em circunstâncias de calamidade e desgraça: na morte de familiares, diante de uma catástrofe ou diante de um grande acontecimento familiar, como o casamento de uma filha, por exemplo. Hoje isso mudou.

Eu acredito que todo homem possa superar a natureza inerente e cultural masculina, aquela que nos diz que “homem não chora”. Mas o grande problema não é só o choro, isso é decorrência do problema maior: a expressão de seus sentimentos e emoções. O temor, a compaixão e a ternura são desafios para aqueles que não conseguem expressar suas emoções.

Mas como pôde comprovar as pesquisas – sempre elas –, a dificuldade do homem expressar os seus sentimentos não se deve somente ao modelo social que lhe é imposto, mas também a um fator patológico. É chamada alexitimia, uma alteração que se estima que afete uma em cada sete pessoas, e que atinge uma proporção mais elevada na população masculina que na feminina.


CHORO DA PERDA
Entre tantos choros, o mais corriqueiro é o choro da perda. Poderíamos parafrasear a expressão euclidiana (tenho dúvida se é de Euclides), e dizer que “o romântico é antes de tudo um forte”. Eu costumo marcar as minhas perdas e os seus lutos com algumas músicas. Algumas perdas são apenas embaladas por apenas uma música, mas as mais intensas, quando o luto demora muito a passar, são marcadas por um CD inteiro.

Quando levei um pé na bunda da Fernanda, por exemplo, chorei pitangas ao som de “Oxalá”. Depois, foi a vez do CD inteiro do Frejat.

Oxalá
http://www.youtube.com/watch?v=cMWq4l_UWvk
Homem não chora
http://www.youtube.com/watch?v=wkUY6Fj2ycc



DA SÉRIE 20 VELHOS DITADOS CORRIGIDOS
"Quando um não quer... o outro insiste."



CHORO E CASAMENTO
Mas eu sou um chorão inveterado. E se eu e minha prima estamos juntos, então, é uma cena de carpideiras. A última foi por meio do skype no “velório” do Michael Jackson. Ela de São Paulo e eu do Rio cantando as músicas do astro pop. E olha que não era fã. Mas eu choro até no programa “Soletrando” do Luciano Huck.

Conheço gente que chora no programa “American Idol”, similar ao inglês onde a Susan Boyle se apresentou e se revelou. E minhas amigas choram em casamentos, mesmo não sendo amigas ou conhecidas da noiva. Não entendo muito bem, mas isso é um universo feminino que não tenho alcance.

Acho que uma solução para evitar o choro no casamento, seria usar a ideia do casal americano, Kevin Heinz e Jill Peterson, que fizeram uma inusitada e animada entrada na cerimônia de suas bodas com a música “Forever” de Chris Brown.
http://www.youtube.com/watch?v=4-94JhLEiN0
http://www.youtube.com/watch?v=vG13l4OJ1io



DA SÉRIE 20 VELHOS DITADOS CORRIGIDOS
"Gato escaldado... morre, porra!"



NESSE ANO, MENOS CHORO
Para esse segundo semestres, dois filmes brasileiros estão sendo aguardados com uma certa apreensão: “À Deriva”, de Heitor Dhalia e “O Contador de Histórias”, de Luiz Villaça. Um já foi lançado e o outro será lançado essa semana, num momento em que o mercado cinematográfico comemora um crescimento de 167% em relação à venda de ingressos de 2008, ano de muito choro para os produtores de cinema. No primeiro semestre desse ano, foi contabilizado um público de 10,5 milhões de espectadores para o cinema nacional. Impulsionado pelas comédias "Se eu fosse você 2" (311 cópias), "Divã" (120 cópias) e "A mulher invisível" (216 cópias).

Dhalia espera alcançar uma bilheteria maior com as 40 cópias do “À Deriva” do que teve em seu último filme, “O cheiro do ralo” (2006) – uma bilheteria expressiva com 170 mil pagantes com apenas 20 cópias. Já o filme de Luiz Villaça, “O Contador de Histórias”, será lançado com 120 cópias e contam com o carisma da história real de Roberto Carlos.



À DERIVA
Sexta-feira passada, entrou em cartaz o mais novo filme do diretor Heitor Dhalia, “À Deriva”, apoiando-se na espontaneidade do elenco adolescente de não-atores, do carisma do ator francês Vicent Cassel, do charme da atriz americana de mãe brasileira Camille Belle, e da madura Débora Bloch.

Acompanho os filmes de Dhalia desde o seu primeiro longa, “Nina”. Gostei de “Nina” e gostei muito de “Cheiro do Ralo”, seu segundo filme. Nesses dois filmes, mais do que uma boa história, a atuação dos atores é um dos elementos mais positivos. ‘Nina”, adaptação livre de “Crime e Castigo” de Dostoievski, conta com o excelente trabalho de Guta Strasser como Nina, a extraordinária Myrian Muniz como Dona Eulália – infelizmente o último trabalho da atriz –, e várias participações especiais, como a de Selton Mello. Selton voltaria a trabalhar com o diretor em “Cheiro de Ralo”, que lhe valeram dois prêmios de melhor ator.

Nos dois filmes, a fotografia de José Roberto Eliezer e o trabalho de direção de arte nos remetem aos climas das histórias. Sombrio, decadente e opressivo no primeiro, e atemporal, monocromático, antigo sem ser nostálgico, no segundo.

O cineasta pernambucano de 39 anos narra em "À Deriva" as turbulências que cercam a adolescência de Filipa (Laura Neiva), jovem que acompanha a separação de seus pais: Clarice (Débora Bloch) e Matias (o astro francês Vincent Cassel, de “Inimigo Público Nº1 - Instinto de Morte”).

Achei o filme com um início um pouco arrastado. O ator francês se esforça em tentar ser natural ao falar em português, mas é difícil, e Débora Bloch se sai muito bem como a mulher em crise no casamento. Acho que o diretor deu muito destaque para o núcleo adolescente, mas sem se aprofundar e com isso ficou patinando nos dois ambientes, meio que à deriva. A atriz, Laura Neiva, descoberta no orkut, não faz feio, mas também não se revela. E o que falar da participação do ator Cauã Reymond?

A bonita fotografia de Ricardo Della Rosa e o belo cenário natural (Búzios) com clima dos anos 80 nos remetem as nossas próprias memórias. O filme é inspirado em um período da própria vida do diretor, que passou por essa situação no momento em que estava saindo da infância e entrando na adolescência, assim como a personagem Filipa.

Muitos consideram os filmes de Dhalia como filmes de arte, no sentido de mais herméticos. Acho que não podemos chegar a radicalismos ou menosprezar o público em sua contemplação e apreciação de filmes menos comerciais. O diretor não chega a ser um “Bressane”. Da minha parte, acho isso muito bom.

Vou recorrer ao texto da sua própria personagem, Nina, para tentar definir o seu trabalho: “os indivíduos se dividem em duas categorias: os ordinários e os extraordinários. Os ordinários são pessoas corretas, que vivem na obediência e gostam de ser obedientes. Já os extraordinários são os que criam alguma coisa nova. Todos os que infligem a velha lei. Os destruidores. Os primeiros conservam o mundo como ele é, os outros movem o mundo por um objetivo mesmo que para isso tenham que cometer um crime.”

Nina
http://www.youtube.com/watch?v=HUUn5mK3hx0
Cheiro do Ralo
http://www.youtube.com/watch?v=stbFpnslHxk
À Deriva
http://www.youtube.com/watch?v=gIxtIeUYzwU
http://www.youtube.com/watch?v=Dhf7--MOcwo
Um pouco da charmosa Camille Belle
http://www.youtube.com/watch?v=Dhf7--MOcwo
http://www.youtube.com/watch?v=iZ09LAz1Q_4



O CONTADOR DE HISTÓRIAS
Assim como o diretor do filme “À Deriva” foi buscar ajuda em sua própria história para desenvolver o seu roteiro, o filme “O Contador de História” se baseia integralmente na história de um ex-menino de rua, hoje um adulto de 42 anos, Roberto Carlos.

O filme, que estreia nessa semana, conta a história de Roberto Carlos que de um estado “irrecuperável”, aos 13 anos de idade, torna-se pai adotivo de 13 filhos, formado em pedagogia, e que ministra 4 palestras por semana contando a sua história.

O filme, com direção de Luiz Villaça, tem a participação da atriz portuguesa Maria de Medeiros (“Pulp Fiction” e “Henry e June”) como a pedagoga francesa Margherit Duvas que surge para salvar Roberto da vida que levava. Além da atriz portuguesa, o elenco conta com Mallu Gali como a psicóloga, Jú Colombo como a mãe de Roberto Carlos e os meninos Marco Antonio e Paulo Henrique como Roberto Carlos. Todos em ótimas interpretações.

Em sua primeira exibição pública, no Festival de Paulínia, o filme ficou emocionado com a história do pequeno Roberto Carlos que foi deixado pela mãe na FEBEM – proclamada pelo governo militar como sendo um espaço para educação. Entre as fugas e os retornos para FEBEM, o pequeno Roberto vive a experiência de um menino de rua até que surge em sua vida a pedagoga Margherit que o leva para casa e o trata de uma forma menos impessoal, transformando as regras da vida que conhecia por afeto.

Ela erra, e ele também. E é por meio do aprendizado dos dois que a aproximação se estabelece promovendo um final feliz.

http://wwws.br.warnerbros.com/ocontadordehistorias/site/?


MINHAS HISTÓRIAS
Não é privilégio dos diretores e roteiristas usarem as suas memórias para viajar, flutuar em águas tranquilas da poesia e rumar para um lugar paradisíaco. Tenho em minhas pequenas memórias, uma linda viagem ao tempo, nostálgica, emotiva, terna e acolhedora.

Em 1973, por 100 dias (adorávamos dizer assim), eu e minha família (minha família será sempre composta por meus pais, irmão, tios e primos, nessa altura, apenas primo) fomos para Portugal. Meus pais tiveram uma ideia inusual para seu tempo. Gravaram depoimentos e tiraram fotos de famílias amigas. Em Portugal, na casa do meu tio (irmão do meu pai), exibíamos as fotos em slides e acionávamos o gravador reproduzindo as fitas para uma sala cheia de pessoas maravilhadas e embevecidas com que viam e escutavam. Isso se repetiu com freqüência e por um período de longos meses, em seu reverso, quando retornamos ao Brasil.

Mas, uma das imagens que tenho em minhas lembranças é do dia em que cruzamos, em uma pequena canoa, o Rio Douro para encontrar a irmã de minha avó, Tia Luiza. Havia uma brincadeira entre o povo da aldeia que da outra margem do Rio gritava “Tia Luiza tira a camisa”. Assim fizemos. E a senhora gorda, vestida de saia e blusa preta (luto pela morte de seu marido), descalça e mancando de uma perna, tirou a blusa preta, deixando se mostrar apenas com uma pequena fina camisa branca.

Os meus primos, filhos da Tia Luiza, eram os responsáveis pela travessia das pessoas de um lado e do outro daquele trecho do Rio. Durante a travessia, fui na mesma canoa que a minha tia Hélia (Mãezinha), irmã da minha mãe, e que viajava conosco. Ela levava um rádio-gravador e nele uma fita com as músicas da Amália. Cruzei o Rio ouvindo minha tia cantando a música que Amália gostava de cantar, Gaivota.

Gaivota
Se uma gaivota viesse
Trazer-me o céu de lisboa
No desenho que fizesse,
Nesse céu onde o olhar
É uma asa que não voa,
Esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
Dos sete mares andarilho,
Fosse quem sabe o primeiro
A contar-me o que inventasse,
Se um olhar de novo brilho
No meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
As aves todas do céu,
Me dessem na despedida
O teu olhar derradeiro,
Esse olhar que era só teu,
Amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
Morreria no meu peito,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde perfeito
Bateu o meu coração.

http://www.youtube.com/watch?v=gNf02ZDzouI
http://www.youtube.com/watch?v=bhagDjqN_ww
http://www.youtube.com/watch?v=BgQeJ6BqRLI



ERRAR É COMIGO MESMO
Não vai ser a primeira e nem a última vez que erro. A última vez que errei, se não me falha a memória, foi dar mais valor a um”s” do que um ”ç”. A “prevensão” estava me olhando, ou melhor, eu olhando para ela com ares de estranheza. Toda hora que repassava o texto, a “prevensão” me chamava a atenção. Mas fui incapaz de checar. Outro erro: certeza absoluta ou a falta de dúvida.

Recorro a Ferreira Gullar para errar: " errar faz parte da descoberta e do acerto, desde que não se erre de propósito ou por negligência.".


POR UMA LÁGRIMA
Por uma, ou mesmo pela intenção de uma... (agora, preparem-se para a facada)

“Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar”


Lágrima
Cheia de penas me deito
E com mais penas me levanto
Já me ficou no meu peito
O jeito de te querer tanto

Tenho por meu desespero
Dentro de mim o castigo
Eu digo que não te quero
E de noite sonho contigo

Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile no chão
E deixo-me adormecer

Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar
http://www.youtube.com/watch?v=pso01MG5oaY
http://www.youtube.com/watch?v=XEAHScvz9JU



Silêncio
http://www.youtube.com/watch?v=JCvHFswuWkA



DICAS
Cinema e Festa
Amanhã, às 20h, será inaugurado um novo cineclube, o compulcine.
O projeto de duas jornalistas não pretende se prender a nenhum estilo, a propostas é exibir bons filmes divididos em ciclos temáticos.
O primeiro tema será festa e o filme escolhido será “A noite”, clássico do italiano Michelangelo Antonioni.
Depois da exibição do filme, acontece uma festa com DJs. A ideia é ter festa no fim de cada ciclo.

Compulcine
Av. Mem de Sá, 126 – Lapa
às 20h
Festa:R$10,00
A exibição do filme gratuita

sábado, 22 de agosto de 2009

AGRURAS

(27/07/09)
A situação de desempregado não é confortável e nem poderia ser, mas podemos tirar proveito dela para refletir sobre a nossa sociedade e comportamento, como qualquer outro fato que vivenciamos em nossas vidas.

Recentemente, uma amiga foi tomada de surpresa. Ao comparecer na reunião semanal que a empresa realizava com periodicidade e que envolvia todo o quadro de funcionários, deparou-se apenas com o seu contratante. Os outros, presumiu, tinham sido avisados do cancelamento da reunião. Da surpresa inicial passou-se a uma série de “surpresas”. Junto com a demissão veio a reboque as justificativas e argumentos que lhe parecia incabíveis. “Não se preocupe, você terá todos os seus direitos”... Ora?! Se é direito seu, logo um dever do empregador e, portanto, desnecessário a cautela para não se preocupar. O empregador não está lhe fazendo nenhum favor. Em seguida veio a pérola: “Você já tem alguma coisa em vista?”.


PREVENÇÃO
Nesse nosso mundo, temos que estar sempre prevenidos. Exceto os funcionários públicos, todos os outros estamos à mercê da demissão e com ela o aviso prévio, fundo de garantia, féria proporcional, seguro-desemprego etc.

Não me dou ao luxo de escrever que nunca estive nessa situação, mas raro foi recorrer ao seguro desemprego. Dessa última vez, foi necessário, pois as perspectivas não eram de emprego, mas de trabalhos (jobs).

A princípio, parece assustador ter que ir a uma unidade do Ministério do Trabalho retirar o tal seguro. Imagina-se uma fila enorme. Sim. Mas é tudo uma questão de comunicação. Não é à toa que brasileiro gosta de uma fila, mas deveria se valer da fama de bom de papo. Na minha primeira tentativa cheguei às 10h, não tinha mais senha, uma fila com umas 20 pessoas e gente reclamando que estava lá desde às 7h, sendo que as 50 senhas eram distribuídas a partir das 9h.

Na segunda tentativa, fui mais cedo peguei a minha senha e me informei. Não precisava ficar ali aguardando, podia voltar mais tarde que seria atendido mesmo que o número da senha tivesse passado. Foi o que fiz, e na volta fui atendido na mesma hora que cheguei – já não havia mais ninguém – em apenas 10 minutos.

Passados 45 dias, depois de dar entrada com toda a papelada na Caixa Econômica, você passa a receber de R$ 465,00 até R$ 870, 01, durante 3 ou até 6 meses. As retiradas podem ser feitas em caixas lotéricas, caixas eletrônicos e nas próprias caixas do banco. Simples assim? Nem tanto. A Caixa Econômica da preferência que você retire nos caixas eletrônicos do que eu seus próprios caixas, ou nas lotéricas. Mas os caixas eletrônicos não dão moedas e nem sempre as caixas lotéricas tem dinheiro em caixa. Aí, se estabelece uma via-crucis. Agora, porque o valor tem que ter centavos? 1 centavo fez toda a diferença.


MEU CARO AMIGO
“Meu caro amigo me perdoe, por favor

Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta...”


CULPA E VERGONHA
Normalmente os desempregados são tomados por culpa e vergonha diante de sua situação. O que não minimiza em nada o problema. Essa vergonha ainda é maior quando o desempregado tem escolaridade e qualificação acima da média. Quem diz isso não sou eu, mas a doutora em ciências socias, Marineide Maria Silva, que defendeu a tese “Mosaico do Desemprego”, no último dia 9 de junho, na Unicamp.

Segundo ela, o desempregado, nessa situação, contava com um suporte financeiro maior e tem quebrada a sua trajetória de vida. Como manter, agora, um padrão de vida que gozava? Para esse, o desemprego é mais sofrido. Ele sente-se culpado e envergonhado.

Há uma diferença entre vergonha e culpa. A vergonha é uma resposta à avaliação dos outros, portanto externa, a culpa é uma avaliação interna e que privilegia uma autonomia individual. A culpa não precisa de audiência, de público; a vergonha ocorre mediante a desaprovação ou o deboche de outros.


SOCIEDADE SEM-VERGONHA
Ruth Benedict, antropóloga americana, desenvolveu um estudo muito importante sobre esse assunto e que está publicado no seu livro “O Crisântemo e a Espada", de 1946. Ela chegou a conclusão que nas sociedades orientais, como a japonesa por exemplo, o comportamento moral baseia-se na vergonha e nas sociedades ocidentais, como a americana, baseia-se na culpa. Mas em ambas os dois afetos estão presentes, apenas um dominante sobre o outro.A vergonha é um regulador moral para as sociedades tradicionais, em que, além das leis, e acima delas, existem os códigos de honra e um legado dos ancestrais. Já nas sociedades individualistas modernas, é a culpa que se estabelece como o regulador, onde caberá a um Deus nos julgar, condenando-nos ou não.

Em nossa sociedade, de base católica, podemos fazer as coisas erradas, nos sentirmos culpados e pedirmos desculpas, pois existe o arrependimento e a penitência como condição da confissão. E, assim, nos sentimos culpados e sofremos com essa culpa, mas com a promessa do perdão que anularia a própria culpa. A culpa é como se fosse um pagamento antecipado.
A vergonha é um regulador moral muito mais eficaz que a culpa, pois a própria culpa absolve o sujeito culpado, a vergonha mancha, e sentir vergonha não restitui a dignidade de ninguém. A única cura da vergonha está nos atos futuros do sujeito.

Mas, como muito bem observou o psicanalista e psicoterapeuta Contardo Calligaris, no Brasil, a sabedoria da língua nos sugere algo diferente da proposta defendida por Benedict, que seria a nossa ação moral regulada pela culpa. Ao empregarmos um “não tem vergonha na cara” ou um “sem vergonha” ao malandro, estamos tornando essa forma corriqueira em adjetivo, assim como “pouca-vergonha” vira substantivo. Então, pela língua, a nossa moral espera mais da vergonha do que da culpa.

Deve ser por isso que os nossos políticos nunca dizem que estão envergonhados. Na hora das justificativas, o apelo se da pela culpa...” A culpa não é minha. A culpa é do Senado”
”Mas como funciona (ou não funciona), então, a vergonha numa sociedade moderna, como a nossa?”, pergunta o psicanalista.


MEU CARO AMIGO
“Muita mutreta pra levar a situação

Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu não pretendo provocarNem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

Aqui na terra tão jogando futebol

Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta ...”


FACE ROMÂNTICA
Mas há o lado poético e romântico dessa situação de penúria que passa o desempregado. Não é só drama. Quem, nessa situação, não já ouviu: “quando uma porta fecha, outra se abre...”? Ou as variações sobre o mesmo tema?

É muito comum, também, escutarmos as histórias dos desempregados que montaram o seu próprio negócio e se tornaram grandes empresários. É a tal história “depois da tempestade vem a bonança”.

Um bom exemplo é a autora da série best seller “Harry Porter”. A escritora inglesa, Joanne Kathleen Rowling – que na próxima sexta-feira completa 46 anos – ao ficar desempregada começou a escrever a história do pequeno bruxo que seria um grande sucesso nas livrarias e mais tarde nos cinemas. No rastro dessa trajetória viriam mundos de dinheiro e prestígio – e atrás disso, poder.

Mas a história é um pouquinho diferente. Em 1991, após a morte da mãe, ela abandonou a carreira administrativa, demitindo-se do cargo que exercia na Anistia Internacional em Londres, e foi para o Porto (Portugal).

Em Portugal, dava aulas de inglês pela manhã e a tarde, nos cafés, escrevia o livro que se tornaria o primeiro volume da série: “Harry Potter and The Philosopher's Stone”. Casou-se com um jornalista português, tiveram uma filha e se separaram. E após várias tentativas de publicar o livro, sendo rejeitada por várias editoras, recebeu uma proposta em 1996 da Bloomsbury, e aceitou.

Desde, então, são 6 títulos da série que já foram adaptadas para o cinema, sendo a mais recente “Harry Potter e o enigma do príncipe ” e o sétimo livro já publicado, “Harry Potter and the Deathly Hallows.” O resto todos nós sabemos.



MEU CARO AMIGO
“É pirueta pra cavar o ganha-pão

Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa

Aqui na terra tão jogando futebol

Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta ...”


VALE O QUÊ?
Semana passada, o Presidente Lula, acompanhado pelos Ministros da Cultura, Juca Ferreira, e da Casa Civil, Dilma Roussef, lançaram o Vale Cultura. A proposta é democratizar a cultura e dar acesso aos trabalhadores com carteira assinada. Ficam de fora aqueles trabalhadores informais e os empregados sem carteira assinada. Já na sua origem, o vale não alcança a totalidade de trabalhadores. O programa não é obrigatório, a Empresa poderá optar em utilizá-lo ou não. Mas o que vem a ser esse vale?

Ele tem a estrutura, mais ou menos, do o vale transporte e do tíquete refeição, mas ainda não sei exatamente como funciona. Sei que o trabalhador receberá um cartão magnético com saldo de até R$50 por mês para a compra de livros, Cds, DVDs, ingressos para cinemas, teatros, museus, shows e demais produtos culturais. E o desconto na folha do funcionário será relativo ao seu salário. Os trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos arcarão com, no máximo, 10% do valor (R$ 5). Os que ganham mais de cinco salários mínimos também poderão receber o benefício, desde que antes a empresa garanta que os funcionários com renda inferior sejam beneficiados. Para os que recebem mais de cinco salários, o desconto poderá variar de 20% a 90%.

A proposta teria a intenção de corrigir as carências apontadas pela pesquisa do IBGE, com dados de 2006, que demonstrou que apenas 14% da população brasileira vai mensalmente aos cinemas, 96% não frequenta museus, 93% nunca foi a uma exposição de arte e 78% nunca assistiu a um espetáculo de dança. Isso sem falar na sempre proclamada concentração de opções e recursos para cultura na região sudeste, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo.
O projeto foi encaminhado para a Câmara dos Deputados em caráter de urgência para que seja aprovado e siga para o Senado em busca de uma aprovação em tempo recorde. Com isso o Ministério da Cultura inverte a lógica das políticas anteriores e passa a estimular o consumo de bens culturais, em vez de financiamentos da cultura.


INDELICADEZA
Nessa mesma ocasião, o presidente lembrou que junto com o vale cultura estava indo para o Congresso a reforma da Lei Rouanet. Outra discussão que não acaba. Mas, ao falar das distorções da Lei, o Presidente fez críticas ao Instituto Itaú Cultural, causando constrangimento a alguns convidados, como por exemplo, Milu Villela, acionista e braço direito do Banco Itaú. O Presidente fez críticas que o Banco não utilizaria “dinheiro bom” (assim conhecido os investimentos oriundos sem isenção fiscal) em seus projetos culturais.

Eu fico impressionado como esse governo não incentiva e elogia a qualidade dos projetos realizados pelo Itaú Cultural, Bradesco e Fundação Roberto Marinho, por exemplo. Qual seria a diferença entre essas instituições e empresas, no âmbito de patrocinadores, e a Petrobras, por exemplo? A Lei é para todos e os projetos inscritos nela não recebem dinheiro, eles, quando aprovados pelo Ministério, estão aptos a captar. E a escolha deve ser da empresa. Parece que é desmérito ter dinheiro e por isso não usufruir das leis que são para todos sem distinção.


MEU CARO AMIGO
“Muita careta pra engolir a transação

E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinhoNinguém segura esse rojão
Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta...”



MEU PAI SENADOR, O CHALAÇA
Pero Vaz de Caminha, depois de comunicar a chegada à nova Terra de Vera Cruz, já teria pedido ao Rei uma ajudinha, o retorno a Portugal de seu genro, que, depois de ter roubado uma igreja e espancado o padre, havia sido degredado para São Tomé (África).

Dom Pedro I tinha como companheiro o português Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, especialista em conseguir cargos no governo para os amigos. E desde então os escândalos, sexuais, financeiros, políticos, foram se sucedendo.

Meu pai queria que eu fosse jogador de futebol ou militar, minha mãe queria que eu fosse médico, eu escolhi ser designer... e o continuar dessa história vocês já sabem.

Mas fico aqui pensando, bem que meu pai poderia ter sido Senador. Será que eu gostaria de ter o meu pai como Senador da República? Por que ele não foi ser senador? Assim hoje poderia estar com um emprego no Senado, fazer parte do clube do namorado da neta do Sarney, e dizer: “É um privilégio para o Senado ter um funcionário como eu”.

Será?

“Pois uma coisa é você matar, outra coisa é você roubar, outra coisa é você pedir um emprego, outra coisa é relação de influências, outra coisa é o lobby... e você não pode vender tudo como um crime de pena de morte.” Mas se for tudo junto, não piora? Ainda bem que não tem pena de morte em nosso país.




MEU CARO AMIGO

“A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus”

É HOJE, DIA DO JOACHIM

(20/07/09)
Tenho uma amiga que fica esperando esse dia para lhe mandar beijos, abraços e saudações. E dizer que ainda preservo a nossa amizade, embora esteja distante. Desde 1986 que a conheço.

Mas hoje, vou dedicar o dia para o meu amigo do dia-a-dia. Amigo do dia e da noite. Da hora do banho, do café e do trabalho. Tanta cumplicidade que não me larga nem nas horas mais íntimas, e que me da muito trabalho para me desvencilhar. Meu amigo Joachim.


CUIDADO COM O LEÃO
Outro Joaquim (esse com “QU”) amigo, é o Levy. Amigo de todos nós. Não tenta apenas arrumar as contas do nosso estado – e consegue –, como dá sugestões ao nosso governo federal. Mas o governo federal está mais preocupado com o populismo e as próximas eleições.

A sugestão do nosso secretário é utilizar parte da riqueza oriunda com a exploração do petróleo na camada do pré-sal (a nova política de exploração do petróleo entra em discussão) para reduzir a carga tributária.

O governo sinalizou essa semana que pretende criar com esse dinheiro um fundo para financiar as áreas social e de infraestrutura. Levy sugere (não é uma proposta formal do governo fluminense, mas particular de um profissional especialista na questão fiscal) que haja um corte nos impostos, pois esse é o grande entrave para o desenvolvimento de parte de nossa economia. Segundo ele: “A redução ampla da carga tributária daria chance a todos os empreendedores. Um sistema mais equilibado é um pleito de todo o país e seria mais fácil de viabilizar do que muitas iniciativas segmentadas.”.


CHRISTIAN, LEÃO AMIGO
Todos já conhecem a história do leão Christian, mas devo lembrá-la, pois é apropriada para o dia.

Christian é um leãozinho que foi adotado por dois australianos John Rendall e Anthony Bourke no final dos anos 60. O leãozinho cresceu e não pôde ficar mais na casa dos dois. A solução foi introduzi-lo mais uma vez na selva. Foi levado para o Quênia, e passados alguns anos, os cabeludos resolveram visitá-lo. A conclusão é que o leãozinho, agora um leão pai de família, não só os reconheceu, como também os apresentou a “mulher” e “filho”.

Essa história foi apresentada num documentário “Christian, The Lion at Word’s End”, mas já se tornou um livro e em breve um longa de ficção. Vale dar uma nova conferida na cena do reencontro emocionante dos três.
http://www.youtube.com/watch?v=zVNTdWbVBgc


CARLINHOS E CARALÂMPIA
Há uma relação forte entre pensadores e escritores com os gatos. Certa vez, o escritor Mia Couto tentou definir em vão.
http://migre.me/3Rlx

Outra personalidade que me vem à mente é a Doura Nise da Silveira. Ela vivia rodeada por gatos e cachorros no Centro Psiquiátrico do Engenho de Dentro, mas em sua casa só gatos. Um deles chamava-se Carlinhos.

Os cachorros foram de grande utilidade para o tratamento dos seus “clientes” (era assim que tratava os seus pacientes) no Setor de Terapia Ocupacional. Ela teve que lutar pela permanência dos animais e demonstrar, por meio de estudos, que eles eram importantes para os pacientes. Os cachorros eram considerados co-terapeutas.

Um caso de cura, segundo a doutora, foi do paciente Alfredo que encontrou uma cadelinha que passou a ser chamada de Caralâmpia (um dos apelidos da Doutora). Essas e outras histórias estão no seu livro “Gatos, A Emoção de Lidar”.

Os animais se movem pelo afeto e isso ajuda na recuperação dos pacientes. Certa vez a Doutora foi questionada por um deles. Carlos perguntou: “De que serve colher rosas se não tenho a quem ofertá-las?”


MILA
Não é de hoje que os cachorros são ótimos amigos e companheiros.

Todos nós temos uma história para contar sobre um animal e seu dono. Eu tenho muitas. Mas lembro de uma que me chamou atenção por ter saído no jornal alguns anos atrás. A história do escritor, jornalista e cronista Carlos Heitor Cony deprimido pela morte de sua cadela. A princípio, ele tinha medo de cachorro, até o dia que ganhou um (no caso, uma cocker spaniel) do Adolpho Bloch. Ele a colocou sobre a sua mesa e disse: “Dá um nome para ela”. Ele, então, escolheu Mila, por conta de uma matéria que estava escrevendo sobre o levante de Varsóvia, e Myla 18 era o endereço onde judeus e comunistas fizeram o levante.
Cony passou a ter uma relação muito próxima com os animais e acredita que os cães não podem esconder sentimentos. Não há cachorro cínico, nem cachorro mentiroso. Até mesmo Hitler teve um amigo fiel, que nem na morte o abandonou.
“Se o teu melhor amigo não gosta do teu pior cão, livra-te do teu melhor amigo”.

LAIKA
Antes do homem colocar o seu pezinho na lua, um satélite artificial, Sputnik 2, foi lançado pela União soviética dia 3 de novembro de 1957. Abordo do satélite, uma cadela chamada Laika que se tornou o primeiro ser vivo terrestre em órbita. Laika morreu após cinco a sete horas de vôo devido ao estresse e ao grande aquecimento da nave.

Antes dela, uma centenas de cães foram usados em voos suborbitais: Dezik, Tsygan (Cigano), Lisa (Raposa), Ryzhik (Gengibre, Ruiva), Smelaya (Corajosa), Malyshka (Pequeno), ZIB, Otvazhnaya (Valente) Marfusha (Marta) Snezhinka (Floco de Neve), Albina,Tsyganka (Cigana), Damka (Pequena Dama), Krasavka (Bonitinho), Dymka (Fumacinha), Modnitsa (Elegante) e Kozyavka (Mosquitinho) entre outros. Desses apenas dois morreram.

Albina foi um dos cães selecionados para o voo em órbita, mas foi a Laika escolhida. O nome "Laika" quer dizer "Latir" em russo.



LUA
Há 40 anos atrás, o homem pisou na Lua. Isso gerou uma intensa comoção e até dúvidas. Ainda hoje tem gente que não acredita que isso tenha ocorrido e que tudo tenha sido armado pela NASA. Depois do fim da Guerra Fria e o fim da URSS, a corrida espacial foi desacelerada.

Mas há mais uma relação entre o pouso na lua, dia do amigo e o cão. O segundo astronauta a pisar na Lua, que amargou por alguns anos o fato de ter sido preterido por Neil Armstrong, foi o primeiro a urinar no satélite, tal qual um cãozinho faz para demarcar o seu território. Não me perguntem como, isso está escrito no seu livro, “Magnífica desolação”, e, além disso, Edwin (Buzz) Aldrin foi o primeiro presbiteriano a comungar na Lua. Incrível! “O problema não é chegar na lua, o problema é voltar para terra”, diz ele, depois de recuperado da depressão e vivendo, definitivamente, os louros dos feitos de 40 anos atás.

O Presidente Richard Nixon pensou inicialmente em fazer um discurso no momento em que as cenas do pouso da nave eram transmitas para os americanos. Foi convencido que não seria a melhor ideia, afinal o programa espacial foi um projeto iniciado no governo de John Kennedy. Contentou-se com uma ligação telefônica, da Terra para a Lua. Acredito que seja a única ligação até hoje entre a Terra e o satélite.

Desse fato, só me lembro da cena do resgate no oceano Pacífico. Era de manhã cedo, ainda de pijama, vi pela televisão, sem entender muita coisa. Os astronautas saírem de uma composição que flutuava no mar. Provavelmente, fazia parte da nave que voava sobre a lua conduzida pelo terceiro astronauta e que não pisou na lua, Michael Collins.

“Esse é o pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”, Neil Armstrong.



SORRIA
A campanha da Unimed-Rio convoca o carioca a viver o presente, aproveitar e dar valor as pequenas coisas da vida, ali pode estar a felicidade. Rir de si mesmo, estar com os amigos e pequenos passeios fazem parte das coisas simples.


SAIBA
Saiba: todo mundo foi nenémEinstein, Freud e Platão tambémHitler, Bush e Sadam HusseinQuem tem grana e quem não temSaiba: todo mundo teve infânciaMaomé já foi criançaArquimedes, Buda, Galileue também você e eu Saiba: todo mundo teve medoMesmo que seja segredoNietzsche e Simone de BeauvoirFernandinho Beira-MarSaiba: todo mundo vai morrerPresidente, general ou reiAnglo-saxão ou muçulmanoTodo e qualquer ser humanoSaiba: todo mundo teve paiQuem já foi e quem ainda vaiLao Tsé Moisés Ramsés PeléGhandi, Mike Tyson, SaloméSaiba: todo mundo teve mãeÍndios, africanos e alemãesNero, Che Guevara, Pinochete também eu e você
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GRÃO DE AMOR
Me esqueça, sim, mas só se for pra ir ali e para voltar
Me deixe, sim, meu grão de amor mas nunca deixe de me amar

http://migre.me/3RJ8