domingo, 18 de abril de 2010

AS MELHORES COISAS


AS MELHORES COISAS DO MUNDO

Já era de se esperar que a diretora Laís Bodansky e seu marido roteirista Luis Bolognesi não iriam desapontar. O filme “As melhores coisas do mundo”, sem querer fazer trocadilho, é uma das melhores coisas que pude presenciar nesse início de ano.

O filme tem uma não-tão-nova tarefa a cumprir, a tentativa de fazer com que o cinema nacional consiga despertar nos adolescentes o seu próprio universo. É uma obra com a pretensão de conversar com esse público, mas não só com esse, afinal, eu já passei da idade de erupção folicular como a do menino Mano (Francisco Miguez) e pude travar um bom bate-papo com o filme.

Mas, além disso, Laís trás para o debate circunstâncias tão contemporâneas embasadas em conteúdo tão conhecido e, porque não, antigo: o preconceito. O preconceito de uma forma ampla, em sua própria definição lexicográfica. Nesse aspecto, o filme mergulha numa seara pertinente, a exposição voluntária e involuntária das pessoas e o desrespeito pelo sentimento do outro. Um reality show. Coincidência ou não, a menina Carol é a cara de uma das concorrentes do último Big Brother Brasil.

Mas o filme concentra-se na personagem Mano. Sua relação de amizade e flerte com amiga Carol, seu desejo e decepção com a musa do colégio, e admiração e confiança no professor de violão, Marcelo – interpretado por Paulo Vilhena – , tudo isso somado ao sentimento fraternal e aos conflitos familiares. Descobrimos que Mano não é “perfeito” e que é um rapaz de 15 anos tão normal como os outros de sua idade. Ele falha também, mas a diferença, talvez, é que nesse filme não haja uma cobrança para que ele seja diferente.

Fiuk tem uma personagem profundamente carismática, acredito que até mais do que a do protagonista, além de ser o responsável pelas cenas mais bonitas do filme. Ele é a poesia em forma de filho de Fábio Jr. Ele é a interpretação do conflito existencial de toda essa geração. Um Rimbaud dos tempos modernos, em cores pastéis de ternura e candura? Não chega a ser um enfant terrible, apenas na aparência, talvez.

Carol é a parte doce e inteligente do grupo adolescente. Ela está ali para confirmar que as meninas, sem dúvida alguma, amadurecem mais cedo e passam a observar a realidade de uma forma mais ética e responsável. Em seu caderninho, moleskine anacrônico – em tempos de blog, twitter e derivados –, vai anotando as suas impressões do dia a dia. Anota ali uma das melhores coisas do mundo para ela – que agora esqueci –, desvendada no final do filme pelo amigo Mano.

http://www.youtube.com/watch?v=-jgSPH6zVEI



MENINO DO RIO

Lembro de poucos filmes a marcarem a minha adolescência, mas um deles foi “Menino do Rio”, de Antonio Calmon, com André de Biase e Claudia Magno. Tudo no filme me fazia participar da trama: o romance, a liberdade, o grupo de amigos e, principalmente, a praia. Nada mais carioca. Uma extensão de nossas vidas.

Exibido em 1982, lembro ter assistido as aventuras do “menino” Valente – protagonista interpretado por André de Biase – com um grupo de amigos do colégio. Época que íamos para o cinema, esperar as luzes se apagarem para podermos flertar com as meninas do colégio.

Diferente do filme da Laís Bodansky, “Menino do Rio” não é exatamente um filme para adolescente. Os personagens são mais velhos, quase com um pouco mais de 20, suponho. É um filme jovem. Acredito que tenha sido um dos primeiros filmes brasileiros a abordar esse universo, sem muita pretensão e arrojo na dramaturgia. Era um filme muito simples e que abordava os acontecimentos dessa maneira também. Repercutiu muito bem na bilheteria e nos fazia sair da sessão cantando as músicas da época, como “Menino do Rio”, de Caetano Veloso na voz de Baby Consuelo, “De Repente, Califórnia”, de Lulu, e “Garota Dourada”, de Nelson Motta.

“Menino do Rio” tem os alguns ingredientes que se repetem no filme do “Mano de Sampa”: a descoberta do amor, do sexo – no caso do Valente, não seria, exatamente, a descoberta –, grupo de amigos, violão ou guitarra, prancha de surf ou bicicleta, conflitos de família, uma cidade por trás (Rio ou São Paulo) e um fim trágico para uma das personagens – no caso do filme do “Mano” a personagem teve mais sorte e foi salva. Pepeu, a personagem camarada de 28 anos atrás, some nas águas da Praia do Diabo numa tentativa de salvar o seu amigo Valente.

Se o menino é do Rio – e isso não nos resta dúvida –, o Mano e seus amigos não pretendem esconder que são filhos da urbana São Paulo.


http://www.youtube.com/watch?v=PCHBpkaqM1Y&feature=related



MENINO DO RIO AINDA ANDA PELAS AREIAS DE IPANEMA

Saindo do filme “As melhores coisas do mundo”, senti o mesmo frescor de 28 anos atrás. A sensação leve e feliz de saber que os problemas passam e sabendo medir o tempo, podemos tirar proveito deles.

Para cada ser, existe apenas um único amor nesse mundo. E o meu está de volta.
E no meio de um inverno, eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível.
Albert Camus

http://girassoisnoescuro.wordpress.com/



QUE MÚSICA VOCÊ QUER TOCAR ?

Mano frequenta as aulas de violão com o intuito de aprender a tocar, na guitarra, “Something” dos Beatles para a sua amada.

O crescimento e todo o processo da personagem vão acontecendo, também, com o seu desenvolvimento nas aulas de violão. Até que um dia o professor lhe pergunta “que música você quer tocar?”, como quem lhe pergunta, ao mesmo tempo, se está preparado para esse novo passo.

Mano sucumbe ao pedido do professor e amadurece também musicalmente ao longo do filme. Bonito de se ver.




SOMETHING

Something in the way she moves

Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me

I don't want to leave her now

You know I believe and how

Somewhere in her smile she knows

That I don't need no other lover
Something in her style that shows me

I don't want to leave her now

You know I believe and how

You're asking me will my love growI don't know, I don't know

You stick around now it may showI don't know, I don't know

Something in the way she knows

And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me

I don't want to leave her now

You know I believe and how



NÃO DÁ PARA NÃO SE EMOCIONAR

Quem viver ainda mais um pouco poderá ser surpreendido por outra emoção assim.

http://www.youtube.com/watch?v=fCzgka-7Yvc&feature=related



MENINO DO RIO

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio
Dragão tatuado no braço
Calção corpo aberto no espaço
Coração, de eterno flerte
Adoro ver-te...

Menino vadio

Tensão flutuante do Rio
Eu canto prá Deus
Proteger-te...

O Hawaí, seja aqui

Tudo o que sonhares
Todos os lugares
As ondas dos mares
Pois quando eu te vejo
Eu desejo o teu desejo...

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio
Toma esta canção
Como um beijo...

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio
Dragão tatuado no braço
Calção corpo aberto no espaço
Coração, de eterno flerte
Adoro ver-te...

Menino vadio

Tensão flutuante do Rio
Eu canto prá Deus
Proteger-te...

O Hawaí, seja aqui

Tudo o que sonhares
Todos os lugares
As ondas dos mares
Pois quando eu te vejo
Eu desejo o teu desejo...


PRA VOCÊ O QUE É A MELHOR COISA DO MUNDO?


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