quinta-feira, 7 de maio de 2009

SOLTANDO OS BICHOS

Coitado do pobre do porco, como já não lhe bastasse o estigma de ser um animal sujo, vem agora preencher a lista de animais peçonhentos de nosso mundo contemporâneo. Cobras e lagartos têm-se proferido sobre o nosso zôo doméstico e selvagem: galinha, vaca, gato, cachorra, cabra, cavalo, avestruz, paca, anta, mula, ovelha, piranha, tamanduá, onça, crocodilo, papagaio, mico, macaco, sapo, pato, lagartixa, urubu, arara, matraca entre outros tantos.

Agora, foi a vez do nosso Presidente, Lula – que poderia ser também da família dos Carneiros, dos Matracas ou dos Pintos –, que em recente discurso na Coppe/UFRJ, recorreu a dois episódios com os nossos bichinhos. Como um gato escaldado que tem medo de água fria, lembrou aos presentes, dois fatos que fizeram com que obras importantes fossem atrasadas. Os culpados? O bagre e a perereca. O bagre como impedimento para a construção de duas barragens no Rio Madeira, e a perereca que atrasou por sete meses a construção de um viaduto ligando Brasil e Argentina.

Entretanto, hoje em dia, não se pode descartar nada de nosso meio ambiente. Estudos mostram que insetos e répteis encontrados na nossa floresta amazônica, por exemplo, quando estudados por especialistas, são fontes importantes para a busca da cura de várias doenças humanas, assim como as nossas plantas.

Faro de cão e olhos de águia para detectar problemas, com certeza não podemos encontrar em nosso governo. Agora, a morosidade de uma preguiça, ou tartaruga, nas respostas de nosso legislativo e judiciário, ou na burocracia que empaca como mula qualquer andamento de novos projetos, não há dúvida que encontraremos.

Em boca fechada não se entra mosca.


E POR FALAR EM BICHO
Eles morrem por nós, seja na alimentação ou em busca de respostas para as nossas doenças, e até mesmo servem de experiências para o descobrimento de novas tecnologias. Como cobaias, ajudam no nosso desenvolvimento.

Dessa vez, foram Beagles (raça inglesa de cachorros) e a água viva que passaram por experiências em laboratório. Dos laboratórios da Universidade de Seul, Coréia do Sul, saíram os primeiros cães transgênicos do mundo. Eles receberam um gene de água-viva e brilham sob a luz ultravioleta. Serão usados em estudos médicos.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=30962&op=all


EM NOSSO IMAGINÁRIO
Os porquinhos da Casa da Banha, o tigre da Esso, o elefante do extrato de tomate, o rinoceronte das placas de madeira, o cachorro da gravadora, o gato das 7vidas das Alpargatas, o tucano da Varig, o cachorro preto da Coppertone... quem não lembra deles? O papagaio da Loira, o Louro José, o ratinho Topo Gigio, o cachorro Snoppy e o gato Garfield já são personagens.

E é nessa fauna e para diminuir a selva em que vivemos, que a campanha do HSBC irá se reportar. Utilizará bichinhos de pelúcia. A personagem da campanha irá ver bichinhos de pelúcia em todos os lugares, no trânsito, em casa e no trabalho. As ovelhinhas estarão no escritório, um rebanho delas. A ansiedade da personagem é por comprar um brinquedo para a filha e que será resolvida com o auxílio do cartão de crédito.

Já imaginaram se os bichinhos fossem porquinhos? Ou se a gripe tivesse origem nas ovelhinhas? E por que não? Já tivemos vaquinhas. A mensagem no mínimo seria confusa.


BICHOS NA TV E NO CINEMA
Quem da faixa dos 40 para cima não se lembra de Dakitari? Exibido na TV brasileira nos anos 70, e filmado numa reserva no Quênia, tinha em seu elenco dois animais que eram um grande sucesso, a chimpanzé Judy e o leão vesgo, Clarence. Judy, por sua desenvoltura, já participava de outra produção, era a Debbie do “Perdidos no Espaço”.
http://www.youtube.com/watch?v=zxdxk0RpBQg

Mas chimpanzé, já era uma coisa normal, a famosa Chita não nos deixa mentir, assim como os cachorros (Lassie, Rin-tin-tin, Lobo), gatos e cavalos (Silver, do Zorro). Flipper, o golfinho que todas as crianças queriam ter em sua banheira, e logo em seguida apareceria uma foca.

Mas os animais eram utilizados para amedrontar e dar grandes bilheterias. Do mundo aquático não faltaram os animais ameaçadores e com grande sucesso nos cinemas: tubarão, orca, piranha... Gorila subia em prédios de Nova York e pássaros atacavam loiras desprevenidas.

E nas animações? De formigas, passando por abelhas, ratos e pinguins, e chegando a toda a bicharada dos Zôos. Sem falar nos clássicos Bambi, Dumbo, Rei Leão (Simba), Nemo ...


OS NOSSOS BRICHOS
Mas, vocês repararam que só tem bicho da África? Nada contra. Para inverter isso,uma produção nacional bem divertida está saindo agora em DVD. A animação BRICHOS conta a história de três filhotes de onça pintada, tamanduá bandeira e quati que se reúnem para criar um lutador videogame e com ele participar de um campeonato local. Isso os levam a descobrir algumas coisas que transformarão a vida desses pequenos animaizinhos.
http://www.brichos.com.br/


NÃO JOGUEIS PÉROLAS AOS PORCOS
”Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.” (Mateus 7:6)
É em Mateus que encontramos essa frase, dita por Tomé. E Zé Miguel Wisnik fez uma referência a ela em seu CD, “Pérolas aos poucos”, mas não se atreveu a macular a imagem dos porquinhos.
Ao pensar em músicas que fizessem referência aos bichos, a primeira que me veio à cabeça foi “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque, nada mais natural para um homem que vivia a natureza e a ela tinha muito respeito. “Arca de Noé”, de Vinícius de Moraes e “Os Saltimbancos”, de Chico Buarque são duas obras dedicadas exclusivamente a eles. Pixinguinha e Braguinha também contribuíram com ”Salto do grilo” e “Tem gato na tuba”, respectivamente. “Asa Branca” e “Assum Preto”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira não falam só do regionalismo, mas das vicissitudes do povo nordestino. “Galo Garnizé”, também do Gonzagão, e propagado por Ademilde Fonseca, já da um tom mais brincalhão.

As marchinhas carnavalescas tiravam proveito de nossa fauna para tons de brincadeira e críticas à cidade do Rio de Janeiro. “Marcha do Caracol”, de Afonso Teixeira, “Uma andorinha não faz verão”, de Lamartine Babo e João de Barro, e “Vagalume” de Victor Simon e Fernando Martins, são alguns exemplos.

“Urubu Malandro”, de João de Barro, faz paródia do dia-a-dia do povo, por meio de metáforas e brincadeiras, ou na melhor das hipóteses, humaniza a nossa fauna. “Jacaré Bebeu” e “Mundo Cão”, de Jackson do Pandeiro, nos aproxima desse mundo também. Mas em “Eu não sou cachorro, não”, de Waldick Soriano, o intérprete e compositor se afasta e não admite tal comparação. “Lesma Lerda”, de Ruban Barra e Ronan Soares, esculhamba. “Cada macaco em seu galho”, de Caetano Gilberto Gil colocam cada um em seu lugar, e em “Vaca profana”, Caetano mistifica e endeusa o animal.

Mas, são duas músicas que marcam mais para mim esse recorte fauniano musical. A melancolia e nostalgia de “Diana”, de Toninho Horta e Fernando Brant, e o drama fatalista de “Gaivota” de Alexandre O’Neill e Alain Oulman, na interpretação de Amália Rodrigues.

Nesse céu onde o olhar é uma asa que não voa, esmorece e cai no mar.
http://www.youtube.com/watch?v=gNf02ZDzouI&feature=related


CHRISTIAN, O LEÃO
E vocês conhecem a história do Leão Christian? Segue o link. É muito bonita e em breve sairá um livro.

Agora do tubarão e do touro, eu não conhecia e nem sei se isso é verdade, mas vale dar uma espiadinha, assim como dizia o Bial.

Anexado, ainda vai, outro arquivo com imagens e dois relatos comoventes desse nosso mundo animal. Eu não sou muito fã disso, não, mas como chegou na hora que estava escrevendo e de uma pessoa muito querida, achei que deveria compartilhar.

Às vezes os animais são mais humanos do que nós, ou será que essa adjetivação não é própria à nós?
http://www.youtube.com/watch?v=H9Vc8xNh7LU&feature=related] http://www.youtube.com/watch?v=9DsFX9Mu9n0&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=UE42M5WnYZA&feature=related


DICAS DO DIA E PARA SEMANA

EXPOSIÇÃO
Gabinete de Leitura
Amador Perez
Bom, eu sou suspeito para indicar esse vernissage. O Amador é um grande amigo e uma pessoa querida por muita gente. E essa exposição, em particular, é muito marcante para ele. Ele está completando 35 anos de carreira. Além disso, o que me atrai na exposição é esse seu novo trabalho, diferente dos últimos e ainda mais diferente do seu trabalho de início de carreia, que lhe deu fama e reconhecimento.

Já pelo convite que recebi, sei que vou gostar. Será uma festa! Convido a todos a participarem desse momento.

Abertura: 6 de maio
às 19h
Visitação de 7de maio a 31 de julho
De segunda a sexta, das 14h às 19h; sábado, das 12h às 17h

Galeria 90
Rua Marquês de São Vicente, 90 - 101 B – Gávea


CINEMA
Cine en Español

No Instituto Cervantes, desde o dia 17 de abril, está com uma programação de filmes espanhóis. Toda sexta feira, a partir das 18h, um filme será exibido. Vejam a programação no site. E após a exibição uma palestra com o professor Miguel Angel Zamorano.

Nessa, sexta, dia 8, o filme será “Conversando com Mamãe”, de Santiago Carlos Oves

Instituto CervantesRua do Carmo, 27 - 2º piso - Centro
www.riodejaneiro.cervantes.es


LANCHETERIA
Lebronx

A partir de hoje o Leblon ganha mais uma opção gastronômica. A Lebronx vai servir desde o tradicional pão na chapa, passando pelo almoço executivo até uma variedade de sanduíches, são quase 40. Isso me faz lembrar as padarias de São Paulo, como por exemplo a Bella Vista e Galeria dos Pães, que ficam abertas 24 horas.

O estabelecimento tem 3 andares e será decorado de forma a resgatar a memória do bairro, com as histórias de suas ruas mais conhecidas. A intenção dos donos é abrir em outros pontos da cidade, e para 2010 já está programada uma em Ipanema.
A Lebronx fica na Avenida Ataulfo de Paiva esquina com Almirante Guilhem, onde já foi, se não me engano a padaria Leblon.

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