sexta-feira, 24 de abril de 2009

ROSAS ONTEM. AMANHÃ, CRAVOS DA LIBERDADE


Amanhã, comemoram-se os 35 anos da Revolução dos Cravos. Não se trata de uma briga entre uma florista e uma sardinheira nas ruas do entorno da Feira da Ladra, mas a Revolução que deu liberdade ao povo português, depois de anos de regime salazarista. Acredito que tenha sido a Revolução de cunho militar, em sua origem e manifestação, mais romântica que tenhamos notícia. Romântica do início ao fim. Romântica em sua origem (capitães de baixa patente), em seu desenvolvimento (as senhas, para invasão a Lisboa, foram duas músicas transmitidas pelo rádio) e em seu final (distribuição de cravos aos soldados).

http://www.youtube.com/watch?v=RhDXm9fu1P0&feature=related


CAPITÃES DE ABRIL
Os capitães foram os grandes protagonistas da revolução e retratados no filme da atriz Maria de Medeiros. Filme, de 2000, ambicioso para uma cineasta iniciante e por isso um pouco inconstante. Mas da para se ter uma ideia do clima da época.


A SOMBRA DE UMA AZINHEIRA, JUREI TER POR COMPANHEIRA GRÂNDULA TUA VONTADE
“Grândula Vila Moreana” foi a música composta por José Afonso (Zeca Afonso) em 1964 e escolhida pela revolução para ser a segunda senha para a invasão militar à cidade de Lisboa. A canção refere-se à fraternidade entre as pessoas de Grândola, no Alentejo, e teria sido banida pelo regime salazarista como uma música associada ao Comunismo.

Ela foi transmita no programa “Limite" da Rádio Renascença às 0.20h do dia 25. Foi o sinal para o arranque das tropas mais afastadas de Lisboa e a confirmação de que a revolução ganhava terreno.

Descobri um vídeo no youtube com a música interpretada pela Amália Rodrigues, mas, o que mais me chamou a atenção, foi a discussão entre dois portugueses por meio dos comentários. Um partidário e outro contra. Sinal da liberdade de expressão.

E viva a LIBERDADE!

http://www.youtube.com/watch?v=OHNHd-fIHHc&feature=related

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade


DAZKARIEH E MATRIZ
Para não me libertar, ainda, da Sta Terrinha, aí vão duas dicas musicais de além mar e que tem em seu mote, de uma certa maneira, a liberdade.

A primeira dica é o grupo ou, como está na moda denominar, o coletivo Dazkarieh. Acabei de descobri-lo, e está lançando o seu segundo cd. O que chama atenção nesse “coletivo” é a liberdade em que usam as raízes tradicionais do canto português. Pura imaginação de lugares, estilos e repertório. http://www.dazkarieh.de/Dazkarieh_Fanbase/Video.html

A segunda não é novidade, é apenas a constatação que a liberdade das amarras, porém muito gostadas, lhe estão a fazer muito bem (percebem que ao tratar de temas lusos, aproprio-me de tudo). Matriz é o terceiro trabalho solo da ex-intérprete do grupo Madredeus, Tereza Salgueiro.

Nesse trabalho, a cantora, também, a exemplo do “coletivo” acima, vai buscar nas raízes portuguesas inspiração. Sonho antigo, o trabalho vai desde as cantigas medievais, algumas escritas pelo rei D.Dinis, até aos contemporâneos Fernando Lopes Graça, Carlos Paredes e Fauto, passando pelo fado.
http://www.teresasalgueiro.pt/indexen.html

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