sábado, 4 de abril de 2009

ALTAR PARTICULAR – Maria Gadú

A convite de uma amiga, Georgianna, fui assistir ao show de uma menina cantora, Maria Gadú. Sem pretensão nenhuma e curioso em ver e ouvi-la – afinal um show na Aliança Francesa de Botafogo não seria a minha opção de sexta-feira à noite –, me preparei, confiante na indicação da minha amiga.No palco, acompanhada apenas pelo percussionista Doga, com um violão emprestado e sentada num banquinho com as pernas cruzadas sobre ele, dá o seu “boa noite” com um ar despojado, meio atrevido, um “quê” de Cássia Eller. Vestida de maneira a não ser identificada nem como roqueira e nem como uma cantora de raízes populares (samba, choro ...), estabelece uma dúvida do que vem por ali. Mas, ao cantar, todas as expectativas nascidas de seu visual, caem por terra. Surpreende e nos deixa atônitos. A surpresa é grande. Não só pela voz, mas pelo trabalho de composição das letras e músicas. Seus trabalhos são doces, frescos... remetendo uma poesia regional. Bucólico.

Maria é tímida, fala pouco, muito pouco, em seus shows. Um "muito obrigado" logo após a execução de uma música e outra é o que nos permite ouvir, ainda assim muito timidamente, acompanhado por um sorriso acanhado, que teima em esconder entre seu corpo frágil e o violão. Difícil fazê-la falar e mencionar mais informações sobre as canções. Mas não deixa de dar créditos as canções que não são suas, por isso, por eliminação, supõe-se que aquelas que não são mencionadas, sejam de sua autoria. Mas para que falar quando o negócio é cantar.

Ao ouvi-la, a princípio, tendemos a compará-la com outras cantoras. Fica fácil a comparação com Marisa Monte, uma de suas cantoras favoritas a quem ouviu muito quando ainda pequena (?), junto com Adoniran Barbosa. Adriana Calcanhoto (talvez pela timidez e aspecto físico) e Vanessa da Mata (pelo ar "regional" que deixa transparecer em algumas letras), seriam outras duas opções. Mas Maria é Maria. É singular. É particular em seu altar.

Tive a sorte de assistir ao show com a participação do grande Leozinho, Leandro Léo. Leozinho vem a ser uma das crianças, hoje crescido, que participaram do programa Gente Inocente da Rede Globo, apresentado pelo ator Márcio Garcia. No show, ele foi o contraponto da Maria Gadú. Espevitado, alegre e comunicativo, não cabia tanta alegria naquele quase 1,60m de altura. Muito bom ver os dois cantando, uma boa sinergia, cuja a história é traçada dos tempos em que cantavam num bar na Barra da Tijuca.

Essa paulistana, que começou a cantar nas noites de São Paulo com 14 anos de idade, muito embora aos 6 já tivesse traçado o seu destino, sentia-se distante do ambiente natural de sua idade ao qual deveria estar vivendo, pois convivia com pessoas mais velhas do que ela. Desde cedo escutou música clássica, e ainda aprecia Chico Buarque, como compositor, e o Clube da Esquina – Beto Guedes, Milton Nascimento e Lô Borges. Andou um pouco pelo mundo até chegar ao Rio de Janeiro. Em agosto de 2007, foi para a Europa junto com o Doga para participar de um Festival de Música; de lá, partiram para um tour pelo continente, tocando nas ruas e se divertindo.

Prepara o seu primeiro CD pela Som Livre, com 9 músicas de sua autoria, praticamente um trabalho autoral. Não deverão faltar “Bela Flor”, “Altar Particular”, “Linda Rosa” e “Shimbalaiê” – sua primeira música.

Agora é aguardar ou, quem quiser conferir, assistir aos seus shows (vejam a programação abaixo).

“Deixa estar que o que é pra ser vigora... eu sou tão feliz”

Shows no Cinematheque em 3 Domingos, às 20h. Dias 12, 19 e 26 de abril

Rola lista amiga por R$15,00 . Mandem os nomes para ela pelo orkut mesmo
Sem nome na lista é R$20,00

Cinematheque

R. Voluntários da Pátria, 53 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2266-1014

www.myspace.com/mariagadu

Um comentário:

Unknown disse...

Cacá,
adorei o post! A Maria é tudo isso e mais um pouco. Como vc sabe, eu já sou fã. "... Eu sou tão feliz. Vamos dividir os sonhos...! Beijo